A 12ª Semana Cultural José Lins do Rego chegou ao seu terceiro dia, ainda de "fogo morto". As poucas pessoas que estavam presentes tentaram preencher o espaço feio e morto com intuito de driblar a ociosidade. Porém, pelo que pude constatar, não tinha outra coisa a fazer se não fechar os olhos e tapar os ouvidos internos e externos, em virtude das superfluidades que foram apresentadas como sendo algo brilhante, mas que não passou de um "enrolation" destinado a um público considerado inculto e alienado.
A curtíssima palestra, realizada pelo professor e "escritor" Lucimário Augusto não apresentou o mínimo se quer de conjuntos de regras relativas à eloquência. O palestrante se mostrou inseguro e totalmente despreparado dando a entender que não conhece José Lins do Rego, tampouco as suas obras. Elucubrações a parte, coube ao palestrante incorporar a figura de psicólogo do povão para relatar o que todos já sabem, com exceção da tradução de "Plantatyon Boy".
Aproveito a oportunidade para informar que "Plantatyon Boy" não significa "garoto planta" ou algo similar, mas o nome da versão em inglês da obra Menino de Engenho, primeiro romance do escritor pilarense, publicado em 1932. O nome "Pilar", não foi traduzido para o inglês, porque é o nome da mera cidade que serve de cenário para a supracitada obra e não pelo fato de Zé Lins ter amor a sua terra natal. Vale salientar que a palavra "Pilar" é um substantivo próprio, ou seja, particulariza um determinado lugar, portanto, não varia. Entretanto, supondo que Zé Lins tenha amado Pilar, como tanto dizem, tenho absoluta certeza de que não foi esta a demonstração de amor "tão sólido e intenso" ao passo que contraditoriamente invisível.
Posterior aos conselhos dados pelo palestrante da noite - que iniciou a conferência terminando - o grupo de dança Moleque Ricardo trouxe consigo o axé da Bahia para extrair da plateia aplausos sem sincronia, da mesma forma que todas as coreografias apresentadas pela equipe de dançarinos.
A descontração ficou por conta de uma das cenas do filme Soledade¹, onde é possível visualizar, nitidamente, os seios da personagem quando está a ter contato intimo com o coronel da fazenda onde trabalha. O público, composto por crianças, em sua maioria, riram diante do que viram. Trata-se de uma reação natural que, felizmente, não possui a futilidade das atrações apresentadas em um evento tão "rico" enfim, "opimo" para não dizer o contrário.
Portanto, é devido a Soledade que algumas pessoas estão impedidas de dizer que perderam a noite. Pois, se dependesse da presença da cultura, estariam todos obrigados a gritar por uma só voz: PERDEMOS A VIDA!
Diretor: Paulo Thiago
Elenco: Jofre Soares, Nelson Xavier, Rejane Medeiros, Ney Santanna, Mauricio Do
Fonte:www.submarino.com.br
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