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No
centro do mundo, caminho com o meu universo nas costas sem olhar para
os lados. Vejo que cada passo tem seu peso particular e leva-me para um lugar
indefinido. No meu palco, artistas medíocres não fazem espetáculos
promíscuos como sendo algo brilhante. Até porque, abandono qualquer forma de lei
ineficiente, desprezo todas as formas de comportamentos indecentes e não procuro achar a imagem do outro na lama infecta dos chiqueiros imundos.
Não pretendo conviver para sempre com as pestes tendo que usar
máscaras que são ofertadas para todos os que se permitem atender o
padrão que pregam lá fora.
Um
ponto no escuro continuará sendo uma parte do escuro, até o momento
em que alguém separar a parte do todo, com intuito de demonstrar o
que se pode ter nas mãos. Não importa! Seja ponto ou virgula, nada
atenderá a maldita tradição.
Por
metamorfose, o gigante se transformou em um anão, privado das
significações do termo, e nem se quer saiu do chão. Quiseram
dessa forma, pois do contrário, teriam alterado a estrutura no tempo
de “ontem”. Neguemos as cinzas e consequentemente teremos mais.
A
gargalhada que será dada depois colocará o ponto, até então no
escuro, em um lugar repleto de luz e sombra, assim como todas as
almas dos animais. O dúbio e o obsoleto comporá algo mais completo
e que não atende aos interesses da massa. É esta a adoradora da
desgraça, e que faz da miséria o seu prato diário.
Sendo
assim, desejo a realidade, além de tudo o que há de nefasto no
mundo para os seres moribundos, insensatos e imorais. Continuarei a
conviver com os sapos e a aprender os idiomas das moscas sem perder a
visão pela ave de rapina ofertada, e que para um "sempre breve" será
guardada na mais profunda das poças do meu interior, que
estará sob um teto amplo e esquisito, composto por minúsculas telhas
onde estará escrito:
"Invejo
a burrice, porque é eterna."
Nelson Rodrigues