quinta-feira, 23 de maio de 2013

O GRITO DA VOZ QUE CALA

         


Foto: Google Imagens/novo-comeco.blogspot.com



                                                                                              
Invejo a burrice, porque é eterna.

Nelson Rodrigues


           Antes de condenar o teu próximo para facilitar a vida daquele que ainda não conheces, deves primeiro procurar responder as perguntas a respeito daquilo que escondes no teu "eu" mais íntimo e, que está em harmonia, quase perfeita, com o que há de pútrido na atmosfera coletiva; pois, como unidade social, o individuo democrático comporta-se como seres saprofágicos.
          Em um movimento ultra canibal, o homem que tem fome produz o homem que perdeu a vontade de comer. Por mais lamentável que seja, exercitar a indecência, ultimamente, tornou-se uma ciência a favor dos que vitimizam o público em nome do belo e particular, transformando, de forma automática, tudo o que é permitido em algo proibido, e ao mesmo tempo, fazendo com que o ilícito seja sinônimo de moralidade.
         Os monoicos  estão fora do eixo com o olhar fitados para os céus com a falsa esperança de que o sol voltará a brilhar com o mesmo tom de amarelo. Contudo, o que mais me decepciona é saber que as opções consideradas aludem ao ponto zero. Isto é, quando o público resolve por meio da democracia, escolher o "outro", acaba consequentemente caindo nas garras do "mesmo". Voltam ao mesmo lugar em que estavam, estabelecendo o início de um novo ciclo de paralisia e alienação.
        Precisa-se de algo novo e não de ladrões da mesma quadrilha. A falta de credibilidade por parte da massa, ofusca o brilho da unidade que se propõe a ordenar os pilares da terra. Atentem, pois o grito deverá ser forte. Julga-se necessário dizer com a voz e solidificar com ações todas as coisas que os olhos não conseguem enxergar para em seguida chorar por elas. 
       Todo aquele que para, ao certificar-se de que tomou um caminho errado, continua. Todavia, os que continuam sem visualizar caminhos ou práticas erradas cairão, vitimas do processo de estagnação e medo irreversível, originados pelo sistema e alojados no seu próprio eu.

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