sexta-feira, 24 de maio de 2013

BOLSA PROSTITUTA x DESINFORMAÇÃO DA MASSA

            

Foto: Google Imagens/cientificopessoal.blogspot.com
                                                                                   
                                                   O 'homem de bem' é um cadáver mal informado. 
                                                   Não sabe que morreu.
                                                                                        Nelson Rodrigues

           Enxergar a própria sombra como sendo um monstro invencível, torna o corpo coletivo cego, mudo, surdo e irracional. Destarte, gera-se uma infinidade de seres néscios que proliferam o preconceito em forma de indignação, fundamentados apenas no próprio interesse pelo que há de MAIS, sem ter que se desfazer do que há de MENOS.
       Embasados em fatos duvidosos, a sociedade expressa sua indignação a respeito de um Projeto de Lei que garantiria auxílio de 2 mil reais para prostitutas. Percebe-se que o processo de estagnação social é muito amplo, pois é dado credibilidade a qualquer informação sem que a mesma seja contestada.
           Diversas pessoas que atuam como formadores de opinião manifestaram seus pensamentos a respeito do assunto em pauta, mas, creio que não fizeram uso da razão, ao elaborar argumentos tão desmedidos.
          No dia 21 de maio deste ano, foi publicado no Click PB, um texto de autoria do advogado e desembargador aposentado Marcos Souto Maior, onde o mesmo relatou que após ler diversas manchetes sobre a criação do "bolsa rapariga" (sic), desmanchou em gargalhadas a ponto de sua esposa pensar que estava engasgando-se com fatias de cuscuz e queijo coalho. 
      A linha de pensamento defendida pelo autor do texto, baseia-se em impressões próprias em relação a um problema social presente em diversos países além do Brasil, de modo que lhe foi possível expressar, de forma elíptica, o que realmente pensa a respeito das prostitutas em si, sem ter que considerar elementos que contribuem  para a difusão de tal prática, a ponto de ser considerada como uma forma de se obter recursos financeiros para garantia da sobrevivência, etc.
            Pois, digo que bem mais hilário do que a reação de Marcos Souto Maior, é o fato de que o  público que se revolta ao dar créditos para informações, sem precedentes (de que o dinheiro público poderá ser destinado para bancar cuidados estéticos das profissionais do sexo), é o mesmo que contribui para produzir os prostituídos e marginalizados, a partir do momento que rotulam o próximo sob à luz de interesses próprios e devoradores da oportunidade alheia. Há vários mundos em um só plano. Este, talvez, seja o maior problema a ser combatido.



           Confira o texto de autoria de Marcos Souto Maior no site CLick PB:   http://www.clickpb.com.br/colunistas/clilsoncol/bolsa-prostituta/


Um comentário:

  1. Muito se fala nessas bolsas de auxílio em tons de termos pejorativos.Outro dia fui testemunha numa aula de Política e Gestão na UFPB, onde uma pessoa faz críticas desmedidas e medíocres acerca do Bolsa Família, onde chegou a relatar que as pessoas estão fazendo filhos para serem sustentados pelo citado programa social e outras que revertem tal recurso para uso de drogas e compra materiais fúteis. Sinto pena de uma mentalidade dessa, por isso, e por mais ideias medíocres é que a humanidade está mergulhada num mundo intelectual vazio e desumano.

    ResponderExcluir

Deixe o seu comentário, ficarei feliz por isso...