Os pais adormecem. Enquanto isso, de uma fisionomia esquelética
qualquer... Eis que surgem músculos, trazendo consigo a força libertadora da
agonia em verem-se presos, reclusos e infelizes com o seu próprio corpo. O
ditado é este: “Antes músculos do que ossos”. E assim se fazem grande parte dos
“homens” nos tempos atuais.
Para chegar arrasando nas baladas
pobres e mundanas, também presentes na Vila Real do Pilar, é preciso
submeter-se a um processo de descaracterização da própria figura. Só assim, é
possível ter a sensação de alma madura e sentirem-se aptos a “quebrar ossos”. O
culto ao corpo perfeito arrebata cada vez mais adeptos, seres infelizes,
inquietos, e que enxergam no erro a forma mais acessível de acertar.
Basta piscar os olhos, e
abruptamente surgem dos seres minúsculos, pernas e braços robustos, tipos de
homens a semelhança dos heróis de desenhos animados americanos.
Na luta do sagrado com o profano,
a carnavalização ganha mais e mais espaço, em cada um deixa a marca do
“afunilado”, e as sementes da impotência e putrefação. Que grande decepção! Ter
que ver a carne humana destinada ao inchaço, eritemas, edemas, odores e cansaço,
bem antes de cumprir sua sina neste mundo cão. O mundo capitalista há tempos os
consumiu, estagnaram no tempo, buscam padrões de vida surreais.
Caso ainda tenhas dúvidas, estou
a falar de algo que nada tem de infante. Se fosse dotado de fala, faria com que
se impusesse e gritasse perante todos: “Muito prazer! Sou o esteroide-anabolizante!”.
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