segunda-feira, 8 de abril de 2013

A singularidade do Ser plural


      
Foto: Google Imagens.

                                                                     Homem, carne sem luz, criatura cega,
                                                                     Realidade geográfica infeliz,
                                                                     O universo calado te renega
                                                                     E a tua própria boca te maldiz!
                                                                                      
                                                                                              Augusto dos Anjos.
                                                                                              (HOMO INFIMUS)


      Percebe-se que o individual ultrapassou e aos poucos vence o coletivo. A minoria, goza de privilégios que ofuscam os direitos da maior parte da população. Dessa forma, defendem com unhas e dentes a supremacia do Só. Até porque, sabem que serão recompensados pela incompetência de vencer o mundo marginalizado.
         Existe um ser que representa a pluralidade dos elementos vivos e não vivos que compõe a sociedade. Enquanto o sistema se mantém inexorável, trinca gradativamente de forma imperceptível. O poder martiriza a sociedade com extrema dedicação e ousadia. Em seu campo individual não há lugar para misericórdia.
        Infelizmente, o ser plural se deixa ludibriar diante das inúmeras máscaras que escondem um ser vazio e um cenário obscuro. Em cada alma há uma porta fechada aprisionando os Zumbis e Lampiões; Ao mesmo tempo, em meio a poeira da caatinga, eis que surgem Severinos e Josés passivos com intuito de presenciar a queda da montanha que reside no interior de cada uma de nós.
        A cada abalo sísmico, fartos de animais em extinção, falece um herói que nos viu crescer almejando ser incorporado. Temos à porta um futuro macabro e ausência múltipla de percepção.
       Para que nasçam cidades, multifaces, sóis, deuses, cores e unidade plural, anseio que cada pequenino vivente extraia da inutilidade das coisas a astúcia da serpente para que a transforme em ação fractal.

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