sexta-feira, 12 de julho de 2013

CENTRAL DO BRASIL



No sertão do Piauí, a população sofria com a falta de água. A seca afetava a agricultura, a economia e a saúde das pessoas. Pablo estava no meio de todos esses problemas, pois seus pais sustentavam-se da lavoura e, com a estiagem passaram a viver em condições precárias. Já velho, doente e preocupado com o futuro do filho, o pai de Pablo decidiu mandá-lo à uma periferia de Brasília para viver com a tia.

Antes de partir, a mãe o aconselhou a nunca envolver-se com política, pois culpava o Estado pela situação delicada que passava, porquanto os político nunca investiam o necessário para a resolução dos verdadeiros problemas brasileiros e, seu filho jamais esquecera daquele conselho. Com relutância, o menino partiu acompanhado por um amigo da família.
Após dois anos, Pablo recebeu a noticia de que seu pai havia falecido. Por dificuldades financeiras, não poderia vê-lo pela última vez. O fato de não poder comparecer ao velório do próprio pai, o entristeceu amargamente.

Pela falta de orientação dos familiares e pela convivência com meninos de má conduta, Pablo tornou-se um adolescente violento e passou a se envolver em confusões na escola. No entanto, preferiu mudar quando conheceu Maurício. O novo professor era um homem respeitoso, que valorizava e incentivava os seus alunos; apegou-se a Pablo e sempre dizia para ele nunca parar de estudar, porque acreditava que só a educação transformaria o futuro do garoto. Admirado, o menino prometia a si mesmo que quando crescesse iria ser igual a Maurício.

Depois que Pablo terminou os estudos, ia todos os dias até o centro urbano da cidade à procura de emprego. Contudo, o que encontrou foi uma maré de dificuldades e preconceitos. Por ser negro, alto, forte e andar mal vestido, as pessoas relacionava-o à marginalidade. As vezes, no trânsito, quando ele se aproximava dos carros, os motoristas levantavam os vidros dos seus veículos, assustados. Diversas vezes, ao ser desprezado em alguns locais onde procurou trabalho, as pessoas maltratavam-no, dizendo que não precisavam de um bandido favelado, vagabundo sem educação. Em virtude desse acontecimento, Pablo revoltou-se e acreditou que por ser pobre, nunca na vida teria voz, nem vez dentro da sociedade. além disso, por ser um jovem ambicioso, que desejava sua independência rapidamente, deixou que seus “amigos” lhes mostrassem um caminho mais “fácil”. Desse modo, ele começou a ganhar dinheiro traficando drogas e roubando. Porém, certo dia, assaltou um homem, sem saber que se tratava de um policial e acabou preso.

Atrás das grades, Pablo amaldiçoou a si mesmo e recordou de toda sua vida até ali. Ele se arrependeu dos erros que cometeu, lamentou ter desistido tão cedo de lutar por igualdade. Entretanto, não podia voltar no tempo, e assim, foi fadado a sofrer as consequências dos seus atos e a viver submisso perante a justiça, como um pequeno cão.


                                                                                              Gabriela Vital
                                                                                    (Aluna do 9ºano "A")












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